sábado, 3 de novembro de 2018

O Carimbó Nunca Morre!

(Foto: Elza Lima)

O Carimbó nunca morre! 

Quem afirmou isso foi Augusto Gomes Rodrigues, o Mestre Verequete, que partiu desta existência há exatos nove anos atrás, no dia 3 de novembro de 2009. 

Sua afirmação foi profética. O Carimbó segue vivo e cada vez mais intenso no Pará e também no Brasil, superando séculos de exclusão, preconceito e invisibilidade para se auto-organizar a partir de seus grupos e comunidades tradicionais e conquistar o reconhecimento nacional como patrimônio cultural imaterial do Brasil, em setembro de 2014.

Na data de hoje, no mofado e esquecido calendário oficial do Estado do Pará, é o Dia Estadual do Carimbó, decretada por uma lei (nº 7.457/2010) sancionada pela governadora do estado em 2010 justamente para homenagear a memória de Mestre Verequete. E que até hoje NUNCA foi objeto de nenhuma comemoração ou ação por parte do governo estadual que o instituiu, e cuja obrigação seria cumprir a própria lei.

Esses dois fatos, de uma lado a força protagonista e realizadora das comunidades e do movimento da Campanha do Carimbó que promove valorização e conquista direitos coletivos, do outro os governos estadual e municipais que não viabilizam políticas públicas necessárias para a salvaguarda do Carimbó e seus mestres e mestras, expressam o chão da realidade onde hoje caminha, luta e resiste essa nossa cultura ancestral, revelando que ainda há muito trabalho para garantirmos dignidade, valorização e direitos para o nosso Carimbó e seus detentores.

Porém, cabe a nós ressaltar que nem todas as portas oficiais estão fechadas para o Carimbó. É importante destacarmos a atuação exemplar e responsável do IphanGovBr, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, principalmente através da sua Superintendência Estadual no Pará, cuja titular foi a querida Maria Dorotéa de Lima e agora é o incansável Cyro Almeida. O Iphan, que desde as primeiras reuniões e debates sobre o registro do Carimbó esteve sempre ao nosso lado, como parceiro e aliado, nos respaldando e apoiando em todas as nossas ações, contribuiu direta e indiretamente para que conquistássemos o título de Patrimônio Imaterial do Brasil, e agora trabalha intensamente conosco para assegurar a política de salvaguarda do Carimbó, de forma participativa, democrática e compartilhada. 

É justamente através dessa aliança e parceria com o Iphan que estamos conseguindo avançar no fortalecimento e valorização do nosso Carimbó em nível local e nacional. É por meio dessa união de esforços que estamos viabilizando as primeiras ações oficiais de salvaguarda, e construindo o Plano de Salvaguarda do Carimbó para os próximos 10 anos.

E neste momento em que nosso país passa por momentos tão turbulentos, onde o fazer cultural e sua diversidade é publicamente menosprezada pelo presidente recém-eleito que anuncia a absurda extinção do Ministério da Cultura e a desarticulação das políticas culturais nacionais, precisamos mais do que nunca dessa força do protagonismo comunitário do Carimbó e sua auto-organização coletiva, aliada ao compromisso e responsabilidade de instituições como o Iphan, que se mantém fiéis à sua missão histórica de proteger e valorizar nosso patrimônio cultural material e imaterial, como manda nossa Constituição Federal.

Afirmamos mais do que nunca que Cultura é um direito fundamental de cada filho e filha deste país, que nosso povo tem o direito intocável de proteção, preservação, valorização, difusão e fruição do nosso Patrimônio Cultural, a principal herança que para nós deixaram as gerações de brasileiros e brasileiras, nossos ancestrais e antepassados indígenas, africanos, europeus e de outros povos que dão vida e diversidade à nossa pluricultural identidade. Esses direitos culturais precisam ser defendidos e garantidos por todos nós, porque são parte fundamental de nossa cidadania e humanidade, hoje e sempre.

Neste Dia Estadual do Carimbó, honrando a memória e a luta de todos os nossos mestres e mestras, nossos grupos e comunidades carimbozeiras, a Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro e a Associação do Carimbó do Estado do Pará-ACEPA manifesta sua firme posição de seguir lutando e trabalhando pelo respeito e garantia a todos os direitos do nosso povo, pelo respeito à Democracia e às liberdades individuais e coletivas, pelos nossos direitos culturais e pelo respeito à diversidade cultural brasileira, pela manutenção e fortalecimento do Ministério da Cultura, pela garantia de políticas públicas de cultura democraticamente estabelecidas.

Nossa oposição e repúdio a toda forma de autoritarismo e desrespeito aos direitos humanos, sociais, políticos e culturais do povo brasileiro, esse povo maravilhoso e criativo de cuja alma o Carimbó é parte fundamental e indissociável.

O Carimbó nunca morre! A luta por liberdade, direitos e dignidade é permanente! Salve Verequete!

Belém do Pará, 3 de novembro de 2018.

9º aniversário de falecimento de Mestre Verequete.
4º ano do registro do Carimbó como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.









quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Carimbó do Meu Brasil: Direitos imateriais das comunidades carimbozeiras são debatidos em seminário com Ministério Público

Mesa de abertura do seminário (foto: Alexandre Pacheco)

Os direitos em relação a autoria e incentivo das populações tradicionais que tem o carimbó como manifestação cultural e imaterial foram discutidos hoje de manhã (13), no auditório Fabrício Ramos Couto, do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), durante o seminário “Patrimônio Cultural Imaterial e Garantia de Direitos: uma conexão necessária”.

O evento foi realizado em parceria entre o MPPA e os integrantes da Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro/Associação do Carimbó do Estado do Pará (Acepa), Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó e Instituto Iacitatá Amazônia Viva, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Durante a abertura do seminário, o procurador-geral de Justiça do MPPA, Giberto Valente Martins saudou os participantes, e parabenizou os organizadores do evento pela iniciativa em discutir o assunto.

Procurador Geral Dr.Gilberto Valente Martins saudando os participantes (Foto: Alexandre Pacheco) 

“Sempre foi propósito institucional de nossas ações essa aproximação com o povo e com a sua cultura, inclusive é uma das diretrizes do Conselho Nacional do Ministério Público essa aproximação. Esse ritmo tão efusivo que é o Carimbó, tem visibilidade internacional”, ressaltou Gilberto, lembrando que em 2014, a manifestação cultural foi um dos destaques da abertura de um encontro sobre enfrentamento à corrupção, da Organização dos Estados Americanos (OEA), ao representar o Brasil, e não somente o Pará.

O encontro, na época, debateu a corrupção em países como Chile, Brasil e Argentina. “Todos levaram suas manifestações culturais. Entretanto, o carimbó foi a manifestação escolhida para representar a cultura brasileira”, contou.

Mestras e Mestres do Carimbó saudando os presentes (foto: Alexandre Pacheco) 

O Carimbó foi reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil no dia 11 de setembro de 2014, concluindo um processo iniciado em 2005, quando mestres e grupos do carimbó paraense decidiram se organizar em um amplo movimento coletivo chamado Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro.

A Subprocuradora-Geral da Área Jurídico-Institucional do Ministério Público, Cândida de Jesus Ribeiro do Nascimento, também parabenizou a iniciativa, em nome da coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) e a todos os mestres, mestras, dançarinos e outros participantes do evento. “Precisamos resgatar a nossa cultura, a nossa auto-estima e os nossos valores. A cultura de um povo é muito mais do que monumentos. É a forma, de agir, de se expressar, de vestir”, ressaltou.

Myrna Gouveia, coordenadora do Caoma, mediando a mesa temática 1 (foto: Alexandre Pacheco) 

“Quero frisar que este evento é um trabalho conjunto. Não só do Caoma e do Ceaf, mas também tivemos a ajuda preciosa do CAO/Cível, que foi peça fundamental na realização, e também de toda a equipe de apoio”, destacou a coordenadora do Caoma, Myrna Gouveia. 

Na mesa Temática 1, que teve como assunto “Patrimônio Cultural Imaterial e Garantia de Direitos: uma conexão necessária”, o Coordenador da Campanha do Carimbó e membro do Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó, Isaac Loureiro, falou sobre as expectativas do movimento. “Esperamos que a partir deste diálogo com o Ministério Público e o Iphan, possamos lançar um olhar mais aguçado sobre a necessidade de buscar estratégias para garantir os direitos dos detentores deste patrimônio, que são responsáveis por cuidar, cultivar e transmitir às futuras gerações, estas manifestações culturais. Esperamos que as instituições reconheçam que o patrimônio imaterial não é apenas um título. É um direito das pessoas que precisa ser exercitado, precisa de apoio e de políticas de incentivo”, disse.

Isaac Loureiro, coordenador da Campanha do Carimbó, na mesa temática 1 (foto: Alexandre Pacheco) 

Para Isaac, o ideal é que as leis de incentivo à cultura dessem mais oportunidade as manifestações culturais dos povos tradicionais, como os mestres e mestras de carimbó. “O que vemos hoje é um incentivo maior aos artistas mais visíveis na mídia, em detrimento das manifestações culturais dos povos tradicionais, que podem transmitir o conhecimento e a preservação do nosso patrimônio à outras gerações”, opina. 

Apesar do nome, as discussões do seminário não se ativeram apenas à questão do carimbó, mas a várias manifestações culturais e imateriais paraenses como por exemplo, a culinária e gastronomia da região, com suas raízes e sementes típicas do estado; o Círio de Nazaré que é reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro e Patrimônio da Humanidade pela Unesco; a festividade do “Glorioso São Sebastião”, no arquipélago do Marajó, reconhecido pelo Iphan em 2013, e o registro do modo e o modo de fazer cuias da região do Baixo-Amazonas, no Pará, que teve seu registro reconhecido em 2015.

A 2º mesa do evento teve como tema “Patrimônio Cultural Alimentar Paraense e Políticas de Salvaguarda: muito além da gastronomia e do agronegócio”, e contou com a participação do coordenador do Centro de Apoio Operacional Constitucional do Ministério Público (CAO Constitucional), Marco Aurélio Lima do Nascimento; do mestre Bené da Farinha, de Tracuateua; da mestra Cristina do grupo “Guardiã de Sementes” e membro do Grupo de Carimbó Sereias do Mar, de Marapanim, e do professor Leonardo Melgarejo, do Fórum Nacional Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. A coordenação da mesa ficou a cargo da representante do Instituto Iacitatá, Tainá Marajoara.

Mestras Claudete Barroso, Théo Loureiro e Mestres Lavico e Hailton na primeira fileira do seminário (foto: Alexandre Pacheco)

Pela parte da tarde ainda estão previstas a realização de uma terceira mesa temática, que abordará o assunto “O Patrimônio Imaterial diante da Pesquisa Acadêmica, da Indústria Cultural, das Mídias e das Políticas Públicas: que Direitos assegurar?”, com apresentação da promotora de Justiça Herena Neves Maués Corrêa de Melo; do Superintendente do Iphan no Pará, Cyro Lins; do coordenador da Campanha do Carimbó e membro da Associação do Carimbó do Estado do Pará (Acepa), mestre Manoel Aguinaldo; de membros da Organização Miritong, de Abaetetuba; do produtor musical e especialista em direito autoral, Elder Effe e da professora da UFPA especialista em propriedade intelectual e direitos autorais, Maria Brasil, e também ex-coordenadora do Escritório de Direitos Autorais no Estado do Pará. A mediadora será Claudete Barroso, membro do Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó/Acepa.

Participaram da mesa de abertura o procurador-geral de justiça do MPPA, Gilberto Valente Martins; a coordenadora do CAO/Meio-Ambiente, Myrna Gouveia dos Santos; o superintendente do Iphan no Pará, Cyro Almeida Lins; o Mestre Manuel Agnaldo, membro da Coordenação Estadual da Campanha do Carimbó e coordenador-geral da ACEPA; a mestra Amélia Ribeiro do Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó e Grupo Cruzeirinho de Soure, e a Coordenadora do Instituto Iacitatá, Tainá Marajoara.

Texto: Ellen Vaz
Fotos: Alexandre Pacheco

Link da publicação original: https://www2.mppa.mp.br/noticias/direitos-imateriais-das-comunidades-carimbozeiras-sao-debatidos-em-seminario.htm

sábado, 8 de setembro de 2018

CARIMBÓ DO MEU BRASIL 2018: 4 anos do Registro do Carimbó Como Patrimônio Cultural Brasileiro





No dia 11 de setembro de 2014 o Carimbó foi reconhecido pelo Iphan como patrimônio cultural imaterial do Brasil, concluindo um processo iniciado em 2005 quando mestres e grupos do carimbó paraense decidiram se organizar em um amplo movimento coletivo chamado Campanha CarimbóPatrimônio Cultural Brasileiro para buscar esse objetivo. Foram nove anos de luta da comunidade carimbozeira, que na ocasião comemorou com uma grande festa em Belém essa conquista histórica, fato que ganhou repercussão nacional pela força desse movimento cultural.

O projeto “Carimbó do Meu Brasil 2018” é o evento de comemoração pública e coletiva do 4º ano do registro oficial do Carimbó Paraense como patrimônio cultural imaterial do Brasil junto ao Iphan, cujo objetivo é comemorar e dar visibilidade a essa importante vitória da cultura popular paraense, buscando valorizar os grupos e mestres tradicionais que foram os protagonistas dessa histórica conquista, bem como proporcionar o acesso da população a este precioso patrimônio cultural paraense e brasileiro.

Organizado pela Campanha do Carimbó, Associação do Carimbó do Estado do Pará (ACEPA) e Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó, em parceria com varias instituições, o projeto acontecerá no período de 07 a 16 de setembro de 2018, promovendo atividades em Belém, Marapanim, Alter do Chão (Santarém) e também nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, com uma ampla programação que inclui alvoradas, cortejos, mesas de palestras e debates, seminário, rodas de carimbó, exposição, exibição de documentários, baile, feira de artes do carimbó, além de shows e mostra musical de grupos de carimbó de vários municípios paraenses.

Uma iniciativa do movimento da Campanha do Carimbó desde 2014, o evento tem conseguido a cada ano chamar a atenção da mídia, das instituições e da sociedade para a importância do carimbó e do seu processo de reconhecimento como patrimônio nacional, proporcionando visibilidade e valorização para as ações de salvaguarda já em curso e para os grupos e comunidades carimbozeiras, protagonistas de toda a mobilização e luta por essa conquista histórica.

A realização do “Carimbó do Meu Brasil 2018” é uma grande oportunidade para socializar com a sociedade os avanços e ganhos proporcionados pelo processo do registro, bem como discutir os desafios e perspectivas da política de salvaguarda que está sendo construída de forma compartilhada pelo movimento carimbozeiro e as instituições públicas, em especial o IPHAN, demonstrando de forma concreta a importância das políticas culturais e da garantia de direitos para o carimbó e seus mestres e mestras, seus grupos e comunidades que já salvaguardam esse patrimônio há gerações.

O evento é também o grande momento de celebração e afirmação do movimento cultural e social  carimbozeiro, articulado em torno da Campanha do Carimbó e agora também da ACEPA, que busca ocupar os espaços, a programação e a pauta cultural da capital paraensee de outras capitais do país com toda a força e a beleza dessa manifestação ancestral que é parte indissociável da alma e da identidade de nossas populações. É um momento de plena valorização e visibilidade para mestres, mestras e grupos tradicionais que geralmente são invisibilizados pela mídia, mas que são os principais responsáveis pela sobrevivência e continuidade desse rico patrimônio.

É um espaço para revelar também a rica e diversa produção cultural dos grupos e comunidades carimbozeiras, tanto nas linguagens artísticas da música e da dança, como também no artesanato, confecção de instrumentos, produção de Cds e Dvds, vídeo-documentários, pesquisas acadêmicas, oficinas e processos de transmissão oral de saberes.  

O Projeto Carimbó do Meu Brasil 2018 será, portanto, uma importante ação para promover e fortalecer a Salvaguarda do Carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro, um movimento que vem crescendo e irradiando seu alcance desde os primeiros debates promovidos pelos carimbozeiros com o IPHAN na cidade de Santarém Novo, em 2005, e que hoje se encontra em uma etapa avançada de construção.
      
Em um momento em que o Carimbó está conseguindo alcançar uma visibilidade mais ampla, é fundamental celebrarmos sua patrimonialização e mostrarmos todo o trabalho e organização institucional e comunitária que tornou possível essa conquista, afirmando o protagonismo e a força de um bem cultural que expressa a histórica resistência, a beleza e a capacidade criativa do povo paraense, amazônida e brasileiro.

O projeto “Carimbó do Meu Brasil 2018” é uma realização da Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro, Associação do Carimbó do Estado do Pará (ACEPA) e Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó, contando com a parceria e apoio do IPHAN-Pará,  Fundação Cultural do Pará, Ministério Público do Estado do Pará, Instituto Iacitatá, Casa Velha 226, Espaço Cultural Apoena, Espaço Coisas de Negro, Silvan Galvão e Carimbloco (RJ e SP), Centro Cultural Butantã (SP), Associação de Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM), FUNTELPA, Eliete Cozinha Paraense, além das Prefeituras dos municípios participantes.

SOBRE A PROGRAMAÇÃO

Com uma ampla e diversa programação, o projeto “Carimbó do Meu Brasil 2018” vai realizar atividades públicas e gratuitas em Belém e algumas localidades do interior do Pará, como Marapanim e Alter do Chão, além de alcançar este ano as duas principais capitais da região sudeste do país: São Paulo e Rio de Janeiro.

A realização do evento em São Paulo (dia 7) e Rio (dia 9) é fruto da aliança da Campanha do Carimbó com músicos e coletivos culturais apaixonados pelo carimbó, como o paraense Silvan Galvão, fundador do projeto Carimbloco. A programação inicia nessas duas cidades com rodas de dança e música, shows e a presença dos mestres Chico Malta e Paulinho Barreto, do Movimento do Carimbó do Oeste do Pará, que realizam vivências e oficinas a convite do seu conterrâneo Silvan Galvão.

Em Belém as atividades iniciam dia 11 de setembro, dia exato do registro, e seguem até o dia 16 em vários espaços da capital paraense. No dia 11 vai ter Alvorada de Carimbó na Feira do Ver-O-Peso bem cedinho, animada pelo grupo de carimbó feminino Sereia do Mar, de Marapanim, e por grupos da capital. À tarde será destinada à Mesa de Debate com a Campanha do Carimbó, ACEPA e IPHAN sobre os resultados do registro e as ações de salvaguarda que estão sendo realizadas.

No mesmo dia 11 em Marapanim, capital mundial do Carimbó, o registro será comemorado com um belo Cortejo Cultural, Levantação de Mastro, Shows de Carimbó e um Bingo, reunindo mestres e grupos do município para celebrar essa data histórica. A organização é da Campanha do Carimbó/ACEPA em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura.

No dia 12 ocorre a reunião do Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó, colegiado que tem representantes das comunidades carimbozeiras e que discute junto ao IPHAN a construção do Plano de Salvaguarda do Carimbó. A reunião será o dia todo no auditório do IPHAN-PA.

No dia 13 será o Seminário “Patrimônio Cultural Imaterial e Garantia de Direitos: uma conexão necessária”, realizado em parceria com o Ministério Público do Pará e que terá como foco a questão dos direitos associados ao patrimônio cultural, com apresentações de situações e demandas pelas comunidades detentoras e debate com as autoridades e instituições públicas como o Iphan e o MP-PA. O seminário receberá lideranças e mestres de bens culturais como o Carimbó, Brinquedos de Miriti, Farinha de Bragança, Marujada Bragantina, Cordões de Pássaro, Festa de S. Sebastião do Marajó, entre outros. O Instituto Iacitatá e a Associação da Resex Marinha de Tracuateua são parceiros dessa atividade, que encerrará com uma bela Roda de Carimbó na Feirinha Agroecológica da Iacitatá, no Centro Histórico de Belém.

Na noite do dia 13 a festa será no Espaço Cultural Apoena, com o Baile “Somos Patrimônio! Somos Resistência”, animado pelo Coletivo de Mestres e Mestras do Carimbó do Pará que será formado por integrantes vindos de 18 diferentes municípios paraenses. Os ingressos da festa serão destinados para custear a alimentação de grupos e mestres que virão a Belém para atividades do Carimbó do Meu Brasil 2018, numa estratégia de financiamento comunitário do evento.

Em Alter do Chão, às margens do Rio Tapajós, nessa mesma noite do dia 13 o Movimento do Carimbó do Oeste do Pará promove o evento “Carimbó do Meu Brasil” durante a Quinta do Mestre e a Sereia, na orla de Alter, em frente à casa do Mestre Chico Malta, com shows de Silvan Galvão e mestres do Tapajós, em sintonia com o movimento carimbozeiro estadual.

Em Belém no dia 14 acontece a Mostra Cine Carimbó, na Casa Velha 226, com a exibição gratuita de documentários que tenham a temática do carimbó, produzidos por produtores parceiros do movimento carimbozeiro em diversos formatos como curta e média metragem. Entre as obras da mostra serão exibidos os inéditos mini-docs resultantes do “Circuito Carimbó Nosso Patrimônio”, realizado na Casa Velha em 2017 com grupos e mestres da região metropolitana de Belém como Sancari, Unidos do Paraíso e Amigos do Carimbó. Em seguida teremos bate-papo com realizadores e mestres convidados.

No dia 15 será a Mostra de Música e Dança “Carimbó do Meu Brasil – Ano IV” que reunirá grupos, mestres e mestras tradicionais de Carimbó na Praça do Artista do Centur, com apresentações gratuitas de grupos vindos dos municipios e comunidades carimbozeiras das diversas regiões do estado, contemplando todos os pólos onde a Campanha do Carimbó atua, celebrando os 4 anos do registro e mostrando a beleza e diversidade desse bem cultural. Nesse dia e local também será montada a Feira de Artes do Carimbó, um espaço para a exposição e comercialização de produtos das diversas comunidades carimbozeiras paraenses, como artesanato, instrumentos tradicionais, vestimentas, bebidas e comidas típicas, CDs e DVDs dos grupos e mestres, etc.

E no dia 16, encerrando as atividade do projeto, o Espaço Coisas de Negro em Icoaraci recebe a Roda de Carimbó “Tambores Patrimoniais”, com vários mestres e mestras convidados celebrando a força e a diversidade do movimento carimbozeiro organizado.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

| Dia 07/setembro |
Carimbó do Meu Brasil - São Paulo
Local: Centro Cultural Butantã
Horário: 18:30 às 22h
Entrada Franca

| Dia 09/setembro |
Carimbó do Meu Brasil - Rio de Janeiro
Local: Largo das Neves
Horário: 17 às 21 h
Entrada Franca

| Dia 11/set |
Alvorada de Carimbó na Feira do Ver-O-Peso - Apresentação de grupos convidados de Belém e Grupo Sereia do Mar de Vila Silva (Marapanim)
Local: Feira do Ver-O-Peso, entre as barracas da Polpa de Fruta e Artesanato
Horário: 06 às 09h
Acesso Livre

Mesa de Palestra e Debate
Tema: “Somos Patrimônio: avanços, conquistas e desafios na construção compartilhada das políticas de salvaguarda para o Carimbó”
Expositores: Campanha do Carimbó/ACEPA, Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó e IPHAN-PA
Local: Auditório do Iphan-PA, na Av.Governador José Malcher, esquina com TV. Benjamin Constant
Horário: 16 às 19
Entrada Franca

Carimbó do Meu Brasil - Marapanim
Local: Sede do Grupo Raízes da Terra (concentração do Mastro e Cortejo) e Espaço Zimba (Bingo e Shows com grupos de Carimbó)
Horário: a partir das 17 h (cortejo e levantação do Mastro) até às 00 h

| Dia 12/set |
Reunião do Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó
Local: Auditório do Iphan-PA, na Av.Governador José Malcher, esquina com TV. Benjamin Constant
Horário: 09 às 18

| Dia 13/set |
Seminário em parceria com o Ministério Público do Pará
Tema: “Patrimônio Cultural Imaterial e Garantia de Direitos: uma conexão necessária”
Expositores e convidados: Ministério Público do Pará, DPI-IPHAN, Campanha do Carimbó/ACEPA, IPHAN-PA, Associação dos Artesãos de Miriti de Abaetetuba, Mestre Bené da Farinha, Irmandade de São Sebastião de Cachoeira do Arari, Marujada de Bragança, Cordão de Pássaro Colibri do Outeiro, Prof. Leonardo Melgarejo (Campanha Nacional Contra os Agrotóxicos e Pela Vida)
Local: Auditório do Ministério Público do Pará
Horário: 09 às 18 h
Inscrições Gratuitas

Roda de Carimbó “Carimbó é Vida: Veneno não é comida!”
Grupo convidado: Coletivo de Mestres e Mestras do Carimbó do Pará
Local: Encontro-Feira Agroecológica da Iacitatá, Praça Frei Caetano, ao lado da Sé, Cidade Velha
Horário: 18 às 20 h
Acesso Livre

Baile de Carimbó “Somos Patrimônio! Somos Resistência”
Grupo convidado: Coletivo de Mestres e Mestras do Carimbó do Pará
Local: Espaço Cultural Apoena, Duque com Tv. Antônio Baena
Horário: a partir das 21 h
Ingresso: R$ 10,00

Carimbó do Meu Brasil - Oeste do Pará
Show com Silvan Galvão e convidados no evento “Quinta do Mestre e a Sereia”
Local: Vila de Alter do Chão, Santarém, em frente à casa do Mestre Chico Malta
Horário: a partir das 19 h

| Dia 14/set |
Mostra Cine Carimbó - Sessão gratuita de filmes e conversas sobre o carimbó e patrimônio cultural (Curta e média metragem / Ficção e documentário) - Exibição dos mini-docs resultantes do “Circuito Carimbó Nosso Patrimônio” realizado na Casa velha 226 em 2017 com grupos e mestres da região metropolitana de Belém.
Local: Casa Velha 226, Tv. Gurupá, nº 226, Cidade Velha
Horário: 18 às 21 h
Entrada Franca


| Dia 15/set |
Mostra de Música e Dança “Carimbó do Meu Brasil 2018” - Ato Solene em comemoração aos 4 anos do registro do Carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro - Apresentações dos grupos de carimbó convidados - Show de encerramento com o Coletivo de Mestres & Mestras do Carimbó do Pará
Feira de Artes do Carimbó - Exposição e comercialização de instrumentos tradicionais, artesanato e demais produtos dos grupos e comunidades carimbozeiras
Local: Praça do Artista do CENTUR, Av. Gentil Bittencourt, Nazaré
Horário: 09 às 21 h
Entrada Franca

| Dia 16/set |
Roda de Carimbó “Tambores Patrimoniais” - Encerramento do projeto “Carimbó do Meu Brasil 2018”
- Coletivo de Mestres e Mestras Convidados
Local: Espaço Coisas de Negro, Icoaraci
Horário: a partir das 18 h


SERVIÇO:
O que: “CARIMBÓ DO MEU BRASIL 2018 - 4 anos do Registro do Carimbó Como Patrimônio Cultural Brasileiro”
Quando: 07 a 16 de setembro/2018
Onde: Belém do Pará (11 a 16/set)
Marapanim (11/set)
Alter do Chão (13/set)
São Paulo/SP (07/set)
Rio de Janeiro/RJ (09/set)

INFORMAÇÕES E CONTATOS:
Belém:
Isaac Loureiro | Fone: (91) 98191-6690
Mestre Lucas Bragança | Fones: (91) 99607-3710 / 98303-7950
Neire Rocha | (91) 98924-8035

Marapanim:
Mestre Manoel Aguinaldo | Fone: (91) 98988-2598
Zuleide Alves | Fone: (91) 99820-8454
Claudete Barroso | (91) 99347-4247 / 98474-6840

Marajó:
Márcio Bastos | (91) 99148-8154