domingo, 7 de setembro de 2014

CONTAGEM REGRESSIVA PARA A FESTA

(Matéria publicada no Jornal Diário do Pará em 7/9/2014)
(foto: Pierre Azevedo/Divugação)
 Reunião dia 11 em Brasília deve declarar carimbó patrimônio cultural do Brasil

O Pará está em contagem regressiva para vivenciar uma conquista histórica para sua cultura. Faltam 4 dias para o registro do carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro.  O título, mais do que merecido, é tido como certo, e resultado de um movimento protagonizado pelos mestres, grupos e comunidades carimbozeiras do Pará junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para comemorar o reconhecimento, a Campanha do Carimbó, responsável pela mobilização, realiza no dia 11 de setembro, uma alvorada com queima de fogos e muito carimbó, às 6h da manhã, no Ver-o-Peso. O encontro será seguido de um grande Ato Público Comemorativo, denominado “Carimbó do meu Brasil”, a partir das 9h, na Praça do Povo, no Centur

O encontro no Centur acontecerá simultaneamente à 76ª Reunião Deliberativa do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan em Brasília, que terá como uma de suas pautas a votação do registro do carimbó como patrimônio cultural brasileiro. A reunião finaliza o processo de registro o bem cultural iniciado oficialmente em 2008, resultado das discussões e mobilizações que grupos e mestres de carimbó desde 2005, na cidade de Santarém Novo, onde nasceu a Campanha do Carimbó. 

“O carimbó entrou finalmente na pauta deles, eles já tiveram acesso à documentação do processo, já têm o parecer favorável, só vão reunir em plenário para formalizar a decisão. Nessa reunião, vão submeter à votação do conselho a aprovação do registro. É um ritual formal e a partir daí será feito o reconhecimento, destaca Isaac Loureiro, coordenador da campanha e presidente da Irmandade Carimbó São Benedito, de Santarém Novo, uma das associações que formalizaram o pedido ao órgão federal. A intenção é que o momento da decisão seja transmitido ao vivo, para que  o público presente no ato em  Belém possa comemorar o resultado.

Segundo a técnica em Antropologia do Iphan, Larissa Guimarães, a expectativa é grande. “Após seis anos de intensas  pesquisas, esta última  fase nos enche de ansiedade e  de satisfação ao ver que todo  o trabalho e esforço realizados  por todos (mestres de carimbó, dançarinos, compositores, tocadores, pesquisadores, produtores  culturais, admiradores,  entusiastas, etc.), valeu a  pena e alcançamos o tão almejado  reconhecimento do carimbo como patrimônio cultural  do Brasil”, pontua. 

Entre 2008 e 2014, o Iphan cumpriu as etapas de levantamento, identificação e documentação do carimbó no nordeste paraense, na região metropolitana de Belém e no Marajó. “A participação da população dos municípios dessas regiões foi fundamental para indicar e informar as referências culturais significativas e representativas deste universo tão rico do carimbó, acrescenta Larissa. 

A reta final da campanha contou com uma aliada importante: a internet. A atuação nas redes sociais fomentou a ação, que passou a repercutir com mais velocidade nos últimos dois anos. ”Fez muita diferença, facilitou as pessoas entenderem o que a gente estava fazendo e querendo”, revela Isaac. 

Segundo Isaac, a Cerimônia de Titulação ainda não tem data para acontecer, mas ele acredita que será ano que vem. 

Mas as comemorações serão antecipadas. Essa festa dia 11 é para dar mais visibilidade ao registro. É esse momento que vamos comemorar com todos os grupos, comunidades e toda a população. O carimbó está no nosso sangue, é a nossa identidade, nossa raiz. É muito difícil não mexer com a gente, todo paraense sabe dançar o carimbó. Esperamos que o povo comemore, diz Isaac. 

Organizado pela Campanha do Carimbó, com o apoio de várias instituições públicas e privadas, o ato reunirá grupos de 23 municípios de 6 regiões do Pará, evidenciando a força e a diversidade  dessa expressão cultural  autenticamente paraense. A expectativa dos organizadores é que o momento reúna cerca de 500 carimbozeiros.

O carimbó tradicional ainda é conhecido de forma tímida no resto do Brasil, mas está presente no repertório dos artistas da nova geração com nova roupagem, como Luê e Lia Sophia. “Se essa raiz não estivesse muito forte e  viva, não alimentaria esse  imaginário artístico. Com o registro, esperamos que os  próprios mestres e grupos  também possam se apresentar  para o povo brasileiro”, diz Isaac. 

Após o reconhecimento, ele espera mudanças práticas na rotina dos paraenses que mantêm vivo o carimbó. “Esperamos que ações  governamentais e políticas  públicas possam chegar até os  mestres na forma de projetos  e ações de preservação e  divulgação. O reconhecimento vai mudar a autoestima dos grupos e mestres, mas  esperamos que eles possam  ter melhores condições para se  apresentar e gravar discos, e que  todos sejam mais valorizados”, pontua Isaac Loureiro.

SERVIÇO
 
Alvorada da Campanha Carimbó
Quando: 11 de setembro
Hora: 6h
Onde: Ver-o-Peso (próximo ao setor de artesanato)

Ato Público Comemorativo “Carimbó do meu Brasil”
Quando: 11 de setembro
Hora: 9h às 20h
Onde: Praça do Povo – Centur
Endereço: Avenida Gentil Bittencourt, 650 
Mais informações: (91) 8191-690/9993-2613
 
(Por Tássia Almeida - da Redação)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ATO DA CAMPANHA DO CARIMBÓ EM BELÉM COMEMORA REGISTRO COMO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO | 11 DE SETEMBRO




Carimbozeiros paraenses celebram final do processo de patrimonialização pelo Iphan

A Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro, movimento cultural protagonizado pelos mestres, grupos e comunidades carimbozeiras do Pará, está organizando um grande Ato Público Comemorativo pelo Registro do Carimbó Como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, uma merecida festa para marcar essa conquista histórica para a cultura e o povo paraense.

O Ato Comemorativo, denominado "Carimbó do meu Brasil", será realizado no dia 11 de setembro de 2014 em Belém do Pará, na Praça do Povo do CENTUR a partir das 09 horas da manhã, acontecendo em simultâneo à realização em Brasília da reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio do IPHAN, que finalmente decidirá sobre a titulação do nosso carimbó como patrimônio imaterial nacional. Essa reunião irá finalizar o processo de registro junto ao Iphan desse bem cultural, iniciado oficialmente em 2008 e que foi resultado das discussões e mobilização que grupos e mestres de carimbó iniciaram em 2005 na cidade de Santarém Novo, local onde nasceu o movimento da Campanha do Carimbó.
Cortejo da Campanha do Carimbó em Santarém Novo em 2010 (Isaac Loureiro)
Organizado pela Campanha do Carimbó, com o apoio de várias instituições públicas e privadas, o Ato tem por objetivo comemorar e dar visibilidade a essa conquista histórica para a cultura popular paraense e brasileira, um momento pelo qual lutamos há nove anos. A intenção é reunir na capital dezenas de grupos e mestres carimbozeiros das diversas regiões do Estado, como a do Salgado, Brangantina, Marajó e Metropolitana, cada um trazendo sua tradição e sonoridade particular, evidenciando a força e a diversidade dessa expressão cultural autenticamente paraense.

Os organizadores também pretendem transmitir ao vivo o momento da reunião em Brasília que decidirá sobre o registro do Carimbó, para que o público presente no ato em Belém possa assistir e comemorar o resultado. Uma pequena comissão de mestres e representantes da Campanha do Carimbó estará presente na capital federal para a reunião, a convite do Iphan, para acompanhar tudo de perto. Essa comissão é composta por lideranças carimbozeiras do Marajó e Região Metropolitana de Belém, além das entidades que apresentaram o pedido de registro em 2008: a Irmandade de Carimbó de São Benedito (de Santarém Novo) e as Associações Raízes da Terra, Japiim e Uirapurú (de Marapanim).


Festa em Belém celebra a diversidade e o protagonismo do Carimbó e seus mestres


A grande festa do carimbó no dia 11 em Belém vai começar bem cedinho, às 06 da manhã, com uma bela Alvorada de fogos e carimbó na Feira do Ver-O-Peso, um dos mais conhecidos cartões-postais do Pará. O Grupo Sancari, do Bairro da Pedreira, animará essa alvorada com seu ritmo quente, já convidando toda a população da capital para o ato que acontecerá no CENTUR. Alvoradas como essa também ocorrerão em cada município de onde sairão as caravanas com os grupos e seus mestres, convocando o povo paraense para esse belo momento de comemoração.

Segundo Isaac Loureiro, coordenador da Campanha do Carimbó, o evento em Belém será uma oportunidade para as comunidades carimbozeiras manifestarem sua alegria pela conquista do título de patrimônio cultural nacional, afirmando a importância da participação protagonista e ativa de seus mestres e lideranças em todas as etapas do processo de registro. 
Mobilização de mestres e lideranças carimbozeiras em Belém em mar/2014 (Cris Salgado)
Será também uma bela oportunidade para o público de Belém conhecer e se deliciar com a beleza e variedade de sotaques, estilos e caqueados peculiares dos grupos vindos de Marapanim, Salinas, Curuçá, Santarém Novo, Vigia, Colares, Maracanã, irituia, Santa Bárbara, Soure, Salvaterra, Ananindeua e Belém, entre outras localidades participantes do evento.

Com a participação já confirmada de centenas de mestres, músicos, dançarinos e produtores de carimbó de vários municípios paraenses, o Ato da Campanha do Carimbó será aberto à toda a população, que está sendo convidada a festejar com o movimento carimbozeiro essa vitória coletiva. O local do evento é a Praça do Povo do CENTUR, espaço cultural público que foi cedido pela Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves para que o movimento carimbozeiro possa realizar essa grande festa. 


Ato em Belém durante a visita da Ministra da Cultura em jan/2014 (Isaac Loureiro)

A programação do Ato iniciará a partir das 09 horas, com a chegada das caravanas carimbozeiras vindas das comunidades. A partir das 1o horas da manhã está prevista a transmissão ao vivo da reunião que acontecerá em Brasília, onde o Conselho do Patrimônio decidirá sobre o registro oficial do Carimbó. Após a conclusão dessa deliberação pelo Conselho assistida no telão, a coordenação da Campanha do Carimbó fará seu pronunciamento juntamente com mestres e mestras representantes das diversas comunidades e regiões carimbozeiras. A partir desse momento a festa de fato começará, com o palco sendo tomado pelos batuques e cantorias dos tambores e seus mestres, convidando todos para a dança e a celebração coletiva. Os grupos de carimbó se apresentarão ao público até as 20 horas, quando está previsto o encerramento do ato.

Em Belém a coordenação do evento está pedindo doações de alimentação e água para atender as caravanas vindas dos municípios. Outra necessidade é hospedagem/alojamento para os mestres e grupos vindos do Marajó, que precisam pernoitar na capital. Quem quiser colaborar com o Ato, pode entrar em contato com a coordenação da Campanha do Carimbó:

(91) 8191-6690 / 9993-6878 (Isaac Loureiro)
(91) 8199-7671 (Mestre Manoel)
carimbopatrimonioculturalbr@gmail.com
www.facebook.com/campanhadocarimbo

Serviço:

"Carimbó do Meu Brasil" - Ato Público Comemorativo pelo Registro do Carimbó Como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro
Quando: 11 de setembro de 2014
Onde: Praça do Povo - CENTUR - Av. Gentil Bittencourt, esquina com Tv, Ruy Barbosa, Belém/PA
Horário: 09 às 20 horas
ENTRADA FRANCA


É HORA DE RECONHECER:
CARIMBÓ PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO
ESSA CONQUISTA É NOSSA!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

CARIMBÓ PODE RECEBER REGISTRO DE PATRIMÔNIO IMATERIAL DA CULTURA BRASILEIRA

(Matéria publicada pela Agência Pará de Notícias)

Isaac Loureiro, coordenador da Campanha do Carimbó (foto Agência Pará)

O carimbó, mais forte manifestação musical da cultura paraense, poderá receber registro como Patrimônio Imaterial da cultura brasileira. O processo, que está sob análise do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2008, pode culminar com parecer favorável em reunião do próximo dia 11 de setembro, em Brasília, quando o conselho do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan vai deliberar sobre o registro.

Em 2009, a dança do carimbó foi declarada Patrimônio Cultural e Artístico do Estado, por meio da Lei nº 7.345, porque representa as tradições e os costumes locais, passando a ser incluída nos calendários histórico, cultural, artístico e turístico do Pará. 

Já o pedido de registro junto ao Iphan foi apresentado pela Irmandade de Carimbó de São Benedito e associações culturais Japiim, Raízes da Terra e Uirapuru. Desde então, formou-se a campanha “Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro”. Entre os anos de 2008 e 2013, o Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan e a Superintendência do Iphan no Pará conduziram o processo de registro e acompanharam as pesquisas para a identificação do carimbó em diversas regiões do Estado.

Na reunião do dia 11 de setembro, em Brasília, não será votado apenas o registro do carimbó. Para a decisão, serão levados em conta se os bens culturais em questão são referências dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, e se são recriados pelas comunidades e grupos em função do ambiente e da interação com a natureza e história, gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

Conquista – Segundo a superintendente do Iphan no Pará, Maria Dorotéa de Lima, pela repercussão vista na imprensa e nas redes sociais, há uma grande expectativa para que o resultado seja positivo. Ela diz que o reconhecimento do carimbó como Patrimônio Imaterial brasileiro é de grande importância para a cultura paraense. “Para os grupos de carimbó, incluindo tocadores, mestres e dançarinos, isso certamente significa muito mais”, comenta.

Após o registro, será estabelecida uma política federal de reconhecimento e valorização do patrimônio cultural brasileiro, além da implementação de um plano de salvaguarda que assegure as condições de transmissão e reprodução do bem. “O registro traz também a possibilidade de acesso a recursos por meio de editais específicos de fomento às iniciativas de fortalecimento e divulgação dessa forma de expressão, dando maior visibilidade àqueles para os quais a vida cotidiana é indissociável do carimbó”, explica Maria Dorotéa.

Caso o parecer seja favorável, o movimento que coordena a campanha “Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro” está organizando uma grande festa com a participação de mais de 300 mestres e grupos de todas as regiões do Estado. O local ainda está sendo definido, mas provavelmente será a Praça da República.

O ativista cultural e pesquisador Isaac Loureiro explica que ver o carimbó como Patrimônio Cultural Imaterial é um anseio e uma luta que nasceu em 2005, em Santarém Novo, no nordeste paraense, e que aglutinou pessoas que criaram o movimento para envolver e mobilizar a sociedade em torno do reconhecimento. Em 2008, o movimento entrou com o pedido junto ao Iphan, que começou a instruir o processo iniciado pelo inventário feito em várias regiões do Pará.

(Márcio Flexa - Da Redação)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

IPHAN PUBLICA COMUNICADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO SOBRE REGISTRO DO CARIMBÓ COMO PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL

 Patrimonio CariboNo último dia 11 de agosto o Iphan fez publicar no DOU um comunicado informando sobre a tramitação do processo de registro do Carimbó como patrimônio cultural imaterial, estabelecendo um prazo de 30 dias para qualquer manifestação da sociedade a respeito.

Com a finalização desse processo marcada para acontecer dia 11 de setembro, quando ocorrerá a reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio, o órgão apresenta publicamente um resumo de toda a documentação produzida nesse processo e que está sob análise dos conselheiros.

O comunicado publicado no Diário Oficial informa que o parecer do relator é favorável ao reconhecimento do Carimbó e recomenda sua inscrição no Livro de Registro correspondente. A reunião do Conselho deverá ratificar esse parecer.

O documento sofreu uma correção e foi retificado na edição do DOU de 12 de agosto, pois haviam publicado o termo "amazonense" para identificar os mestres e detentores dos saberes e fazeres do carimbó, sendo então substituído por "amazônidas"...

Em preparação para celebrar com uma grande festa em Belém a conquista do dia 11 de setembro, a Campanha do Carimbó intensifica a mobilização nas comunidades carimbozeiras do Pará, que deverão estar presentes no Ato Público organizado para marcar esse momento histórico da cultura paraense e brasileira.

Vejam no link abaixo a matéria no site do Iphan.

http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=18555&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

CARIMBÓ PODE SER DECLARADO PATRIMÔNIO CULTURAL

(Matéria Publicada pelo Jornal Diário do Pará em 08/08/2014)

Carimbó pode ser declarado patrimônio cultural (Foto: Isaac Loureiro/Divulgação)
Mestres do ritmo aguardam decisão do Iphan para declarar carimbó patrimônio cultural brasileiro  (Foto: Isaac Loureiro/Divulgação)
(Por Nathalia Petta - Da Redação)
 
O carimbó como patrimônio imaterial da cultura popular. É isso que os mestres do estilo no Pará aguardam ansiosamente há oito anos. E eles esperam festejar essa conquistar em breve, com a ajuda da opinião pública. Depois de tanto esperar por uma resposta do pedido que fizeram ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os mestres e as associações culturais se uniram e usaram o poder das redes sociais para mobilizar paraenses e simpatizantes da música e da cultura populares. Para isso, eles próprios aparecem em fotos com o mesmo apelo para que o pedido seja aprovado.

Mais de 100 mil pessoas foram alcançadas pelas publicações, que foram incontavelmente compartilhadas pela rede através da página da Campanha do Carimbó no Facebook. O resultado foi que finalmente o instituto colocou o pedido em pauta para a reunião do conselho.

“As reuniões do conselho já haviam sido adiadas diversas vezes, foram prometidas para março, depois junho e até agosto, mas quando percebemos que o dossiê nem tinha chegado nas mãos dos conselheiros nacionais, vimos que o sonho de ter o carimbó como patrimônio imaterial da cultura popular cada vez mais distante. Decidimos tomar uma atitude e mostrar o quanto estávamos ansiosos por uma decisão e lançamos a campanha no Facebook. E não queríamos ficar só no virtual, estávamos já partindo para as ruas para reivindicar uma resposta”, diz Isaac Loureiro, presidente da Irmandade Carimbó São Benedito, de Santarém Novo, uma das associações que em 2006 formalizaram o pedido ao Iphan.

“Chegamos até a fazer um cortejo no último dia 11 de julho em Santarém Novo e outros arrastões estavam agendados para Curuçá e Salvaterra. Mas nossas reivindicações virtuais já deram resultado e recebemos o comunicado da superintendente do Iphan que nosso pedido entraria na pauta de setembro e que o dossiê já havia sido encaminhado para Brasília, exatamente após as postagens dos mestres”, comemora Isaac.

Para ele, a campanha nas mídias sociais foi fundamental para que o assunto entrasse em pauta. Apesar das poucas “curtidas” na página oficial da campanha no Facebook (pouco mais de 1,5 mil pessoas), foram mais de 400 compartilhamentos nas fotos dos mestres e as informações foram visualizadas por mais de 100 mil pessoas, segundo os dados administrativos da própria rede social. “Nós já tínhamos tido diversas reuniões, eu mesmo como um dos conselheiros nacionais de política cultural do Ministério da Cultura já havia levado esse pedido inúmeras vezes. Até sessão especial na Assembleia Legislativa nós fizemos, e depois descobrimos que sequer o dossiê havia sido encaminhado”, recorda Isaac.

Festa de carimbó

Com a boa notícia de que o pedido já está em pauta para o mês de setembro, os amantes do carimbó já pensam na festa, quando o resultado favorável for anunciado. Agora eles fizeram mais um pedido ao Iphan: querem que a reunião do conselho seja realizada em Belém, para que os mestres e amantes da música possam participar mais efetivamente e a comunidade possa comemorar, com carimbó, é claro. “Estamos aguardando a resposta. Caso seja favorável, temos muito o que preparar para que a festa já comece enquanto a reunião acontece”, acrescenta o presidente.

Solange Loureiro viveu uma vida dedicada ao carimbó. Sua família faz parte da Irmandade Carimbó São Benedito e sempre esteve envolvida nos eventos, principalmente na tradicional festa de carimbó promovida em dezembro na cidade. “Trabalho na produção e sou dançarina do grupo ‘Os Quentes da Madrugada’, por isso o carimbó faz parte da minha vida. Estamos há muito tempo esperando que esse dia chegue e queremos muito comemorar. Não aceitamos que os mestres do carimbó continuem morrendo sem ter essa resposta e por isso lutamos tanto”, diz ela, que é integrante da campanha.

Solange relembra que o movimento começou em 2005, durante o 3º Festival de Carimbó de Santarém Novo. “Uma técnica do Iphan, na época, veio para o festival e nos esclareceu sobre o patrimônio imaterial e se colocou à disposição para nos ajudar com os registros do carimbó” conta.

Caso o carimbó vire patrimônio, a Campanha do Carimbó planeja um grande festival com grupos de todo estado, numa verdadeira apoteose da cultura popular. “Vamos convidar de 80 a 100 grupos para essa grande festa. Depois vem a cerimônia de titulação, que é um ato solene em que a ministra entrega o certificado do processo. Esperamos que ela entregue nas mãos dos nossos mestres, peças fundamentais para a nossa cultura e astros da nossa campanha”, sonha Isaac Loureiro.

Iphan decidirá em setembro

A superintendência do Iphan no Pará e Amapá confirmou a informação de que a decisão sobre o registro do carimbo como Patrimônio Cultural Brasileiro está agendada para o dia 11 de setembro, durante a reunião do conselho consultivo do órgão, e esclarece que o encontro provavelmente acontecerá em Brasília. 

De acordo com nota enviada ao DIÁRIO pela superintendente em exercício, Tatiana Borges, a decisão do título caberá ao voto do conselho, formado por nove representantes de instituições públicas e privadas e por treze representantes da sociedade civil, indicados pela presidência do Iphan e designados pelo Ministério da Cultura. A sessão será presidida pela presidente do Iphan, Jurema Machado.

De acordo com o Iphan, o Processo de Inventário Nacional de Referências Culturais do Carimbó (INRC Carimbó), que pede a titulação dessa manifestação artística como patrimônio nacional vem tramitando desde 2008, portanto há seis anos.

Neste inventário foram coletadas informações sobre as mais variadas representações que o carimbó apresenta ao povo paraense, suas diversas formas de expressões, celebrações associadas, lugares de incidência da manifestação, confecção de instrumentos, culinária e mais uma infinidade de cargas simbólicas associadas a essa manifestação, com as quais grupos e mestres de carimbó têm contato diariamente.

O material coletado nesses anos de pesquisa foi transformado em um documento chamado “Dossiê do Carimbó” e enviado à sede do Iphan em Brasília, com as justificativas para que a manifestação seja consagrada Patrimônio Cultural Brasileiro.

Aos conselheiros do Iphan, caberá tem a responsabilidade de examinar e apreciar as informações e decidir sobre o registro. O que pesará na decisão, esclarece a nota do Iphan, “é verificar qual a importância cultural do carimbó ao povo paraense, onde obviamente este cultura transborda para vários outros aspectos da vida social do povo paraense, como o econômico, o religioso e etc.”

Confira a matéria no link original: http://www.diarioonline.com.br/entretenimento/cultura/noticia-296886-.html
 

terça-feira, 15 de julho de 2014

ARRASTÃO DO CARIMBÓ EM SANTARÉM NOVO MOBILIZA GRUPOS E POPULAÇÃO PELO FINAL DO REGISTRO COMO PATRIMÔNIO CULTURAL

Mestres  no Arrastão pelas ruas de Santarém Novo (foto Isaac Loureiro)


O Carimbó e seus mestres e mestras tomaram conta das ruas de Santarém Novo na sexta, 11 de julho de 2014, espalhando seus baques, cantorias e movimentos pela cidade que viu nascer a Campanha do Carimbó em 2005.

Foi o Arrastão do Carimbó no XXX Festival do Caranguejo, uma iniciativa que teve por objetivo chamar a atenção da sociedade e do IPHAN para a necessidade de se concluir o mais rápido possível o processo de registro dessa manifestação ancestral como patrimônio imaterial do Brasil, uma bandeira erguida por mestres, grupos e comunidades carimbozeiras há mais oito anos e sustentada desde então pela Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro, movimento legítimo e auto-organizado que revela a força política e social da cultura popular tradicional de nossa região.

Carimbozeiros de Salinas e Santarém Novo no Arrastão (foto por Isaac Loureiro)

O Arrastão contou com a participação dos grupos de carimbó Revelação do Zimba e O Popular (de Salinas), Unidos do Paraíso (de Santa Bárbara do Pará), Trinca-Ferro, Raio de Sol e Os Quentes da Madrugada (de Santarém Novo), além de lideranças carimbozeiras de Marapanim e Curuçá
 
O evento teve início com uma animada roda de carimbó em frente à Biblioteca Municipal Temístocles Loureiro, no centro da cidade, onde os grupos se concentraram para sair em cortejo pelas ruas de Santarém Novo até a orla do Rio Maracanã, recebendo apoio e adesão da população local e visitantes. Ao chegar ao local do Festival, no Parque do Caranguejo, o cortejo deu lugar ao ato cultural com manifestações das lideranças da Campanha e as apresentações dos grupos participantes.

Mestres Manoel e Mário, de Marapanim, participando do ato (foto Isaac Loureiro)

A estratégia do movimento era pressionar o IPHAN para que o referido processo seja incluído na pauta da próxima reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio, órgão que tomará a decisão definitiva sobre a questão. A análise do processo por esse conselho já foi adiada várias vezes, gerando sempre questionamentos e protestos dos grupos e comunidades vinculadas à Campanha do Carimbó, que vem se organizando e lutando por essa conquista histórica há vários anos.

A estratégia está dando resultados, pois o IPHAN já informou às lideranças da Campanha do Carimbó que está confirmada a inclusão de nosso processo na pauta da próxima reunião do Conselho em setembro, pois a de agosto foi cancelada. 

Dançarinos do Grupo O Popular de Salinas (foto Isaac Loureiro)

O ARRASTÃO DO CARIMBÓ foi resultado de parceria entre a Campanha do Carimbó e a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Santarém Novo, que foi a promotora do XXX Festival do Caranguejo.

Vejam as fotos do evento NESTE LINK.

sábado, 28 de junho de 2014

PROJETO CATA VISITA MESTRAS E MESTRES DE CULTURA ALIMENTAR TRADICIONAL EM SANTARÉM NOVO

Equipe do Projeto CATA conhecendo o trabalho de Mestra Margarida



No último dia 28 de junho Santarém Novo recebeu a visita de noss@s parceir@s do projeto CATA - Cultura Alimentar Tradicional Amazônica - que vieram registrar in loco nossa culinária cabocla e suas conexões com as manifestações culturais populares de nossa comunidade. Vários mestras e mestras de cultura alimentar de nossa comunidade receberam a expedição e compartilharam suas práticas e saberes.

Mestra Margarida preparando o beiju chica no forno
A expedição CATA em Santarém Novo foi integrada pelos pesquisadores e ativistas culturais paraenses Tainá Marajoara e Carlos Ruffeil, acompanhados pelo fotógrafos Marcos Hermes (RJ) e Sylvia Seganfredo Sanchez (SP), que foram acolhidos em nossa cidade pela centenária Irmandade de Carimbó de São Benedito, principal organização de cultura popular tradicional do município e responsável pela articulação da Campanha do Carimbó, movimento aqui nascido durante o Festival de Carimbó de Santarém Novo, em 2005.

Mestra Margarida em seu sitio
O grupo registrou o trabalho de Dona Margarida, pequena agricultora que reside na periferia de Santarém Novo e que produz em sua casa de farinha o famoso beijú chica, iguaria típica das festas tradicionais do Carimbó de São Benedito que a Irmandade promove todo mês de dezembro. Feito de mandioca dura, da branca, o beijú é preparado com recheio de côco ralado e possui um sabor inigualável, além de ser um produto totalmente orgânico. Dona Margarida e seu marido, Seu Andrelino, também produzem outros tipos de beijús, como o coroa e o fino, estes feitos com mandioca mole, além de farinha d'água e de tapioca, tucupi e goma de tapioca.
 
Os visitantes ficaram impressionados com a quantidade de casas de farinha em atividade no município, todas de caráter familiar e comunitário, mostrando a força da agricultura tradicional em Santarém Novo.

Molho de caranguejo do tacacá caboclo
O tacacá com molho de caranguejo, ou simplesmente tacacá de caranguejo, foi outra iguaria típica de nossa terra que chamou a atenção da equipe do CATA. Preparado sem tucupí, jambú ou camarão, esse tacacá utiliza um molho feito a partir da gordura e da polpa do caranguejo, crustáceo abundante nos manguezais de Santarém Novo, que hoje formam a Reserva Extrativista Marinha Chocoaré-Mato Grosso, uma unidade de conservação federal onde vivem centenas de famílias de pescadores artesanais e tiradores de caranguejo.


Para mostrar os segredos do preparo desse tacacá, a equipe do CATA foi recebida pelo Mestre Dico Boi, uma lenda viva do carimbó da região, batedor do grupo Os Quentes da Madrugada, vinculado à Irmandade de Carimbó de São Benedito e também pescador e tirador de caranguejo. Um mestre dos mangues e do carimbó, uma síntese perfeita do que representa a cultura alimentar para nossa comunidade.

Os Quentes da Madrugada, carimbó raiz de verdade.
Porém, antes de apreciar o tacacá especial de Santarém Novo, era fundamental conhecer outra tradição belíssima da cidade: o Carimbó de São Benedito e seus guadiões, o Grupo Os Quentes da Madrugada, que conduzem as onze noites de festa da Irmandade em dezembro. Formado por mestres e jovens batuqueiros da comunidade, o grupo preserva os tambores e instrumentos antigos e sua cantoria centenária, com uma sonoridade peculiar e única. Os Quentes, como são chamados pelos moradores locais, posaram para as lentes do mesmo fotógrafo que já fez mais de 600 capas de discos, trabalhando com artistas como Paul MacCartney, Sepultura, Stevie Wonder, Caetano Veloso, Lenine e outros...Depois a equipe visitou a oficina de Mestre Sabá, artesão e carpinteiro que hoje confecciona os instrumentos percussivos da Irmandade. 

Mestre Dico Boi mostrando o mangue
Continuando a missão do tacacá, Mestre Dico Boi guiou os visitantes até o mangue, onde mostrou como captura os caranguejos que utiliza no tacacá e falou sobre a importância dos conhecimentos que recebeu de seu pai, Mestre Valdemar, com quem aprendeu tudo o que sabe: pesca, agricultura, mangue e carimbó. Depois em sua modesta casa ensinou como preparar a iguaria, que foi feita com caranguejo assado na brasa, outra prática tradicional em Santarém Novo. Tudo registrado pelas lentes de Marcos e Sylvia, encantados pela sabedoria e generosidade do mestre.

O projeto CATA se despediu de Santarém Novo no sábado após o jogo da seleção brasileira, assistido por todos no pequeno televisor na sala de Mestre Dico Boi, degustando o delicioso tacacá de caranguejo. A equipe do projeto voltará a Santarém Novo no 2º semestre de 2014, para novas entrevistas e para realização de oficinas culturais para a comunidade, a serem articuladas em parceria com a Campanha do Carimbó e com a Irmandade.

Nossa gratidão a noss@s mestras e mestres pela generosidade e alegria em compartilhar seus saberes, nossa gratidão a toda a equipe do CATA pela parceria e comprometimento com a causa das culturas populares e tradicionais de nossa região.

(Fotos e texto por Isaac Loureiro)

quarta-feira, 2 de abril de 2014

II Encontro Curuçaense da Campanha do Carimbó acontece na Vila de Araquaim neste sábado

 Mobilizados pela conclusão do processo de patrimonialização do Carimbó, mestres e grupos de Curuçá e do Salgado fazem encontro na Vila de Araquaim neste sábado


Busto do Mestre Nego Uróia na recepção do Encontro em 2008 (foto Isaac Loureiro) 





“Embarca, morena, embarca, molha o pé mas não molha a meia
Viemos de nossa terra fazer barulho na terra alheia...”
(Cantiga tradicional atribuída ao mestre Nego Uróia, de Curuçá)

O município de Curuçá é um dos celeiros do Carimbó paraense na Região do Salgado Paraense. Vizinho de Marapanim, chega a rivalizar com este em quantidade de grupos e mestres tradicionais, que continuam mantendo suas atividades tanto na sede municipal quanto nas inúmeras vilas e povoados onde vivem agricultores e pescadores artesanais, principais protagonistas dessa manifestação.

Afirmando a memória e a vitalidade dessa rica tradição cultural, os carimbozeiros de Curuçá convocam e organizam o 2º Encontro Curuçaense da Campanha “Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro”, que acontece no dia 05 de abril de 2014 (sábado), das 08 às 17 h, na Vila de Araquaim, localidade rural de Curuçá às margens da Rodovia PA-318, que liga Castanhal a Marudá.

Mestre Bocage o Grupo Raio de Sol no evento de 2008 (foto Isaac Loureiro)

 O encontro faz parte de uma agenda estadual de mobilização articulada pela Campanha do Carimbó em várias regiões do Pará, em função da conclusão do processo de registro desse bem cultural como patrimônio imaterial brasileiro, previsto para o próximo mês de junho. De acordo com Isaac Loureiro, coordenador da Campanha, os encontros tiveram início em março e envolverão dezenas de  municípios onde o Carimbó é uma referência cultural profunda, locais incluídos no inventário do Carimbó feito IPHAN entre 2009 e 2013. O objetivo é reunir os diversos grupos de Carimbó de cada município, seus mestres, músicos e dançarinos, as entidades culturais e as instituições públicas de cultura locais, buscando expressar as vozes e anseios da comunidade  carimbozeira em relação à iminente conquista desse reconhecimento nacional, em especial as chamadas ações de salvaguarda que deverão acontecer após essa titulação como patrimônio.

Comissão organizadora preparando o II Encontro
(foto Jeffersom Sabiá)
 
            Para Mestre Mimico, cantador e compositor do tradicionalíssimo conjunto Pinga-Fogo da Cidade de Curuçá, o título de patrimônio cultural para o carimbó é muito bem vindo e vai ajudar na valorização pra valer de todos os mestres que dedicaram suas vidas em prol dessa cultura. Contemporâneo do lendário Nego Uróia, considerado a maior referência do carimbó curuçaense, Mestre Mimico é o único remanescente do conjunto Bico de Arara, liderado por Uróia nas décadas de 40 a 60. Sua esperança no processo de registro é antiga, tendo se integrado às ações da Campanha do Carimbó desde o primeiro encontro do movimento em Curuçá, na mesma Vila de Araquaim, em maio de 2008.Veja aqui como foi esse evento.

Mestre Mimico, do Conjunto Pinga-Fogo
(foto Isaac Loureiro)

Joacy Garcia, morador da Vila de Araquaim e músico do conjunto Capricho, o encontro de sábado é um momento de grande expectativa para os que fazem e vivem o carimbó na região. Organizador do evento junto com outras lideranças locais, ele lembra da importância do 1ª encontro da Campanha em 2008, que tornou mais visível o carimbó curuçaense e ajudou a fortalecer os grupos no  município, que passaram a ser mais respeitados pelo poder público e comunidade. Foram muitas reuniões da comissão municipal do movimento, ações e eventos culturais que movimentaram o cenário de Curuçá e região. Agora os grupos pretendem aproveitar o encontro para organizar sua associação coletiva, sonho antigo que, segundo Joacy, “vamos colocar em prática”.

Abertura do Encontro em 2008
(foto Isaac Loureiro)
 
No evento um dos atrativos mais típicos é o ritual de levantação do Mastro de São Benedito, tradição da comunidade que acontecerá na tarde da sexta-feira, antecedendo o encontro. Ao som de carimbó e com mascarados fazendo estripulias, o mastro percorrerá as ruas de Araquaim e será fincado no quintal do salão de festas onde acontecerá a grande reunião dos grupos, sendo derrubado com grande farra no final das atividades. 

Mastro de São Benedito no I Encontro
(foto Isaac Loureiro)
 
Outra peculiaridade do evento é a variedade de beijus que estão sendo preparados pela comunidade para o café da manhã: tem beijú chica, meleque, corôa, fino, entre outras qualidades dessa iguaria herdada dos indígenas e preservada pelos caboclos do interior paraense. Tudo feito com a mandioca das roças dos mestres carimbozeiros de Araquaim.

Mesa do café com variedade de beijús, no Encontro de 2008
(foto Isaac Loureiro)

 E animando toda essa cena cultural popular, o ritmo e a dança do carimbó pau & corda dos diversos conjuntos de Curuçá, Marapanim, Terra Alta e outras localidades convidadas, numa grande celebração musical e artística. Um ato que revela realmente a força e a permanência dos diversos sentidos do carimbó para a população de nossa região, confirmando a certeza de sua validade como patrimônio de todos nós.

Barracão feito para o I Encontro, homenageando mestres e mestras de Curuçá
(foto Isaac Loureiro)
 
   A coordenação local do evento é dos grupos Capricho, Sabiá e Canarinho, tendo o apoio da Prefeitura Municipal de Curuçá e da comunidade de Araquaim.
 
            Serviço:
2º Encontro Curuçaense da Campanha “Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro”
Dia 05 de abril de 2014 (sábado), das 08 às 17 h, na Sede do Araquaim Esporte Clube, na Vila de Araquaim, sito à Rodovia PA-317, Km 14, em Curuçá/PA.
Contatos:
(91) 9246-6342 (Joacy Garcia)
(91) 9358-6178 (Jefersom)
(91) 9104-2669 (Moisés)
(91) 8722-9502 / 8263-9738 (Isaac Loureiro)