No último dia 24 de maio, Curuçá realizou seu 1º Encontro de Articulação da Campanha pelo Carimbó como Patrimônio Cultural. A vila de Araquaim, uma das comunidades que integram o município, foi o local escolhido para o evento, que reuniu cerca de 200 pessoas, entre grupos de carimbó, autoridades políticas, pesquisadores, músicos em geral e curiosos.
A programação começou ainda no dia 23 à noite, quando os moradores de Araquaim carregaram o mastro de São Benedito pelas ruas da vila até a sede do Araquaim Esporte Clube (AEC), onde o Encontro aconteceu no dia seguinte. Ao som do grupo Os Canarinhos, o mastro foi levado pelo cortejo até o AEC. Depois de erguido, uma roda de carimbó encerrou as atividades de sexta-feira.
A abertura oficial do Encontro foi feita na manhã do sábado pelos seus organizadores, os representantes dos grupos curuçaenses de carimbó: Os Canarinhos (Jeferson Cabral),Pinga Fogo (Mestre Mímico), do Raio de Sol (Mestre Bocage), do Curió Mirim (Manoel Favacho), além da secretária de Cultura e Turismo de Curuçá, Tiziane Matos.
Em seguida, Isaac Loureiro, da Coordenação Geral da Campanha, falou sobre a história do movimento, sobre como começou e o que já foi feito pelo registro.
O Registro
Após o primeiro intervalo do evento, que foi animado pelo grupo Curió Mirim (formado por crianças e adolescentes de Curuçá), aconteceu a palestra “O que é Patrimônio Cultural e como ocorre seu processo de registro”, com representantes do IPHAN e da Diretoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da SECULT.
O palestrante do DPHAC / SECULT falou, dentre outras coisas, sobre o que seria patrimônio imaterial, a partir do conceito de identidade cultural. Ele ainda explicou a natureza dos bens imateriais que, diferente dos materiais, não são tombados, mas sim registrados como patrimônio.
A representante do IPHAN falou sobre o processo de registro, como ele acontecerá, os critérios e sobre a constituição da pesquisa para o inventário necessário para o registro. Ela ainda informou que, mesmo após o carimbó ser declarado patrimônio cultural, o IPHAN deverá fazer um acompanhamento desta forma de expressão paraense para verificar as mudanças pelas quais ele, enquanto bem imaterial, está sujeito devido às dinâmicas culturais.
O mestre do carimbó curuçaense
Isaac Loureiro retomou a discussão sobre a Campanha e apresentou o documento com o pedido de registro, ressaltando o objetivo do movimento e sua importância. Em meio à discussão, a população curuçaense também pôde falar da maior referência do carimbó no município, o popular Nego Uróia.
Segundo registros históricos e relatos de quem conviveu com o filho ilustre de Curuçá, foi Uróia quem levou o carimbó de volta a Belém no final dos anos 60, rompendo décadas de proibição do ritmo na capital do Pará. Apresentando-se com seu conjunto "Bico de Arara", em vários clubes sociais e em emissoras de rádio na época, Nego Uróia contribuiu para popularizar o carimbó como música própria da cultura do povo paraense.
O Encontro terminou com mais um cortejo cultural pelas ruas de Araquaim, para a derrubada do mastro de São Benedito. Após a queda do mastro, a sede Araquaim Esporte Clube foi animada por uma tradicional roda de carimbó, que uniu os curuçaenses em prol de um bem comum: a Campanha, a valorização do ritmo que há muito estava desvalorizado ou mesmo esquecido.
3 comentários:
Acredito que á louvável esta campanha para que se possa preservar a memória também de todos que contribuiram para que essa manisfestação cultural regional chegasse até nós. Por outro lado espero que a nível de Curuçá a memória de Nego Uróia possa ser respeita não só pelo que aspecto imaterial, mas quero me solidarizar com a campanha e dizer que a contribuição que este curuçaense, neto de escravos, deixou para curuçá fortalece aspectos de nossa ancestralidade africana, nos remetendo a valorização que se deve dar aos traços marcantes que esses nossos antepassados nos deixaram e uma delas é terem participação na formação rítica da dança do carimbó .
Sejam felizes.
Saudações Cordiais.
Comendador Paulo Henrique dos Santos Ferreira/Historiador do Municipio de Curuçá
Acredito que á louvável esta campanha para que se possa preservar a memória também de todos que contribuiram para que essa manisfestação cultural regional chegasse até nós. Por outro lado espero que a nível de Curuçá a memória de Nego Uróia possa ser respeita não só pelo que aspecto imaterial, mas quero me solidarizar com a campanha e dizer que a contribuição que este curuçaense, neto de escravos, deixou para curuçá fortalece aspectos de nossa ancestralidade africana, nos remetendo a valorização que se deve dar aos traços marcantes que esses nossos antepassados nos deixaram e uma delas é terem participação na formação rítica da dança do carimbó .
Sejam felizes.
Saudações Cordiais.
Comendador Paulo Henrique dos Santos Ferreira/Historiador do Municipio de Curuçá
Acredito que á louvável esta campanha para que se possa preservar a memória também de todos que contribuiram para que essa manisfestação cultural regional chegasse até nós. Por outro lado espero que a nível de Curuçá a memória de Nego Uróia possa ser respeita não só pelo que aspecto imaterial, mas quero me solidarizar com a campanha e dizer que a contribuição que este curuçaense, neto de escravos, deixou para curuçá fortalece aspectos de nossa ancestralidade africana, nos remetendo a valorização que se deve dar aos traços marcantes que esses nossos antepassados nos deixaram e uma delas é terem participação na formação rítmica da dança do carimbó .
Sejam felizes.
Saudações Cordiais.
Comendador Paulo Henrique dos Santos Ferreira/Historiador do Municipio de Curuçá
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