segunda-feira, 30 de junho de 2008

Carimbós de Marapanim e Santarém Novo encerram Terreiro das Onze Janelas em Belém

Grupos "Quentes da Madrugada" e "Uirapurú Mirim" mostram a força e vitalidade da tradição carimbozeira da Zona do Salgado Paraense

A noitada de encerramento do Terreiro das Onze Janelas neste último domingo aconteceu ao som de muito carimbó e música regional, no Píer da Casa das Onze Janelas, com a participação de grupos de Santarém Novo, Marapanim, Outeiro e de Belém. Promovido pela SECULT, o evento fez parte do Arraial de Todos os Santos, uma programação voltada para a quadra junina que está sendo realizada pelo conjunto dos órgãos de cultura do Estado.

A Campanha "Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro" teve um importante espaço dentro da programação, tanto na vinda a Belém de grupos de carimbó tradicionais do interior como também na instalação de uma barraca da Campanha no local do evento, onde voluntários distribuíam material informativo e colhiam assinturas de apoio ao registro do carimbó como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Essa participação é fruto da parceria da Campanha com o Governo do Estado, através da SECULT, Fundação Curro Velho, FUNTELPA e demais instituições.

O grupo "Uirapurú Mirim", formado por crianças de Marapanim, fez a abertura da última noite mostrando a tradição do carimbó marapaniense sendo preservado pelas novas gerações. Resultado do projeto da Escolinha de Carimbó criado por Mestre Ninito, do conjunto Uirapurú, o grupo mirim tem revelado o potencial talento de músicos e dançarinos infantis da cidade, provando que a cultura carimbozeira pode ser transmitida às crianças desde cedo, garantindo assim sua continuidade e renovação.

De Santarém Novo veio o conjunto "Os Quentes da Madrugada", apresentando o tradicional carimbó da Irmandade de São Benedito, manifestação cultural centenária que é a principal expressão da identidade do povo santareense. Formado por pescadores, agricultores e tiradores de caranguejo da comunidade local, o grupo mostrou seu singular sotaque de carimbó onde não existem instrumentos de sopro e nem de cordas, fiel ao modo com que costumam se apresentar no Barracão da Irmandade. As cantigas que fazem parte do repertório tradicional da Irmandade há várias gerações contagiaram o público presente que caiu na dança e pediu bis várias vezes.

O grupo Quaderna, de Belém, encerrou a noite com sua sonoridade inspirada na cultura nordestina que está presente em várias regiões do Pará.

Que outros eventos como esse, que buscam valorizar as tradições e a diversidade cultural paraense, venham a ser realizados em breve. Parabéns aos organizadores.

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